Abstract (Portuguese): |
O desenvolvimento de estratégias que favorecem o desempenho e que minimizam o estresse durante o exercício tem ocupado lugar de destaque no cenário científico atual e nas pistas de competição equestre em todo o mundo. A aplicação de estímulos visuais que aumentem a diversidade ambiental e "recriem" o ambiente natural de exercício dos cavalos pode constituir um potente fator de recompensa, e reduzir condições estressantes de exercício e treinamento. O presente estudo teve por objetivo investigar a influência dos estímulos visuais sobre a frequência cardíaca (FC) e sobre a concentração plasmática de glicose em cavalos durante teste físico padronizado em esteira rolante. Sete equinos adultos, de ambos os sexos, das raças Lusitano (4/7), Piquira (1/7) e Árabe (2/7), com idade de 4 ± 1 anos e peso de 431,4 ± 86,3 kg foram qualificados para um estudo crossover. Os animais foram previamente adaptados à locomoção em esteira e, em seguida, familiarizados a um protocolo de teste físico de carga constante. Convencionou-se que a estabilização das medidas de FC em sessões repetidas definiria o período mínimo de familiarização. O teste físico consistiu de um período de aquecimento (5 minutos a passo - 1,8 m/s, seguido de 5 minutos ao trote - 3,2 m/s), e um período de exercício submáximo com duração de 105 segundos a 3,2 m/s. A projeção de imagens de vídeo, contendo um animal se deslocando ao trote, foi utilizada como estímulo visual principal (grupo teste), sendo comparada a um vídeo controle, em que apenas a imagem de uma pista de treinamento foi projetada (grupo controle). Os animais foram expostos aos estímulos visuais logo após o aquecimento. Amostras de sangue foram coletadas antes do teste (M0), após o aquecimento (M1) e após a estimulação visual (M2). A frequência cardíaca foi avaliada utilizando-se monitor cardíaco Polar RS800 (Polar Electro©). O teste de ANOVA para medidas repetidas revelou efeito principal de tempo para a variável glicemia (p < 0,05), sendo observada diferença entre os momentos 1, 2 e 3, conforme esperado durante sessões de exercício submáximo. Houve também efeito de interação (grupo*tempo) para a frequência cardíaca, em que se observou médias maiores no grupo teste (141,25 ± 33,92 b.p.m), quando comparado ao grupo controle (85,67 ± 14,49b b.p.m) (p < 0,05). Não houve diferença entre os grupos para as medidas de glicemia e FC nos momentos pré-teste (M0) e pós aquecimento (M1). Os resultados sugerem que o estímulo visual deflagrou uma resposta fisiológica compatível com o aumento da intensidade do exercício e/ou estresse. A natureza da resposta pode estar relacionada a mecanismos centrais desencadeados pela estimulação visual, tais como motivação e/ou resposta à ameaça. [ABSTRACT FROM AUTHOR] |