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Introdução: Essa narrativa apresenta uma compreensão da trajetória de vida de um menino identificado como afeminado, socialmente reconhecido como gay, que teve suas vivências e experiências atravessadas pelas representações das masculinidades tóxicas, da homofobia e da efeminofobia nos circuitos sociais de interações entre os gêneros e as identidades de orientação sexual. Objetivos: Compreender os efeitos das construções e das identidades de gênero na infância de um menino afeminado; analisar as repercussões do contexto familiar e escolar em um menino gay afeminado, considerando os impactos das masculinidades tóxicas e da homofobia como processos geradores de sofrimento psíquico; e refletir sobre as performances e performatividades de meninos gays afeminados como estratégias de potência para a promoção de saúde. Metodologia: Relato de caso de perfil auto etnográfico que utiliza dados de memória para validar e compreender a narrativa pessoal do autor. Contextualiza e problematiza aspectos biográficos a partir da trajetória de uma vida singular e subjetiva, entendendo o pessoal como dimensão política, portanto, com repercussão na saúde coletiva. Resultados: Entende as esferas familiar e escolar como bases fundamentais para o desenvolvimento infantil, assim como também são apresentadas como um dos principais ambientes de transmissão do preconceito no viés de gênero e sexualidade. Ambos caracterizados como os principais geradores de sofrimento psíquico, o que acarreta repercussões na saúde integral das pessoas, princípio fundante de atenção das políticas públicas orientadas pelo SUS. Conclusão: Aponta que o silenciamento de corpo e voz impelido aos gays afeminados gera sofrimento psíquico, que se expressa através da angustia pelas situações experienciadas pelo autor e por sua inibição de atos interpretados como afeminados. Considera que as subjetividades podem gerar respostas através de performances e de performatividades afeminadas de resistência e enfrentamento da dor. Reafirma que as masculinidades tóxicas e hegemônicas prejudicam o desenvolvimento psicológico, emocional e social dos meninos vistos como gays. Afirma o desenvolvimento emocional e pessoal do corpo-gay-autor que se deu no silêncio de seu sofrimento, ressignificando os momentos de violência que passou, a fim de tornar sua trajetória uma referência para outras trajetórias afeminadas e, paralelamente, possa orientar políticas públicas para promoção de saúde integral às pessoas. |